terça-feira, 3 de maio de 2011

O que está acontecendo?




Talvez esse meu post seja um pouco repetitivo diante de meus outros textos aqui, mas, ainda que quisesse manter-me isenta acerca da notícia da morte do homem mais procurado do mundo, não poderia, um motivo maior incomodou-me e tenho que relatar aqui.
Tenho certeza que o que eu for escrever aqui, será mal interpretado por muitos, mas vive-se em uma democracia, mesmo que seja, na maioria das vezes falha, é uma democracia. Existe uma pluralidade de opiniões, fascinantes ou não, devem ser respeitadas.
Confesso que fiquei surpresa ao ver a notícia da morte de Osama Bin Laden, essa que o mundo esperou por muitos anos e recebeu com êxtase. O mesmo êxtase de uma seleção ao vencer uma Copa do Mundo, ou os habitantes de um país que vai sediar a mesma. Pessoas foram comemorar nas ruas em plena madrugada. Infelizmente, acredito que boa parte das pessoas também comemorou de alguma forma, mesmo que não tenha sido com esse furor. O que está acontecendo? Sempre pensei que a vida fosse comemorada, a chegada de um novo membro da família, ou o encontro de uma mãe que não via o filho há anos. Pensei que o amor fosse comemorado.
Não isento esse terrorista de sua culpa, da morte de milhares de pessoas inocentes, mesmo que ainda mil dúvidas em minha cabeça pairem, reconheço que seu fanatismo o cegou, mas será que é só dele a culpa disso tudo? Milhares de pessoas inocentes são mortas e foram mortas por tropas americanas. O ilustríssimo ex-presidente mais odiado do mundo mandou sem a menor culpa essas mesmas tropas invadirem o Iraque pós-atentado. Isso sem contar as antigas invasões ao Oriente Médio, sempre visando o petróleo e sem o menor respeito ao povo que sempre sofreu opressão, até mesmo, dentro do próprio território. Essas que são camufladas até hoje por "motivos necessários".
Osama Bin Laden foi treinado pela própria CIA. Incoerente, né? Anos depois usou tudo aquilo que aprendeu, mais o fanatismo religioso e sua ideologia para destruir um dos países mais poderosos do mundo. Agora me diz se devemos culpá-lo, APENAS?
Não costumo usar a primeira pessoa aqui no blog, apesar de meus textos serem carregados de ideias e impregnados de minhas opiniões, obviamente, mas procuro interferir o menos possível. Porém, diante de tanto absurdo que eu vejo retratado em jornal e TV, abstive-me dessa preferência. Quero concluir já, de forma que, meu ponto de vista seja entendido. Não sou a favor do terrorismo ou qualquer prática de violência, até mesmo contra pessoas "más" ou que usam seu poder, religião ou ideologia de forma errada. Defendo sim a justiça, de forma que pessoas sejam respeitadas, sejam elas trabalhadoras de um prédio famoso em uma das cidades globais ou pessoas humildes que vivem opressão interna e externa. Defendo a heterogeneidade de cultura e não a submissão ao que se diz "civilizado".
Que a justiça seja feita e que seja comemorada não a morte de uma pessoa, mas que isso seja lamentado por ter sido dessa forma. Que a paz e o respeito sejam o motivo do êxtase humano; felizes são aqueles que ainda na dor conseguem ter compaixão com próximo.