quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Vote em mim!


Chegamos à época em que falar do futuro do Brasil não é o assunto mais importante e nem o mais sério. A nossa democracia nos obriga a eleger pessoas que deveriam ser capacitadas para cuidar e organizar a sociedade. Parece contraditório as palavras DEMOCRACIA e OBRIGATORIEDADE estarem na mesma frase. Na teoria é contraditório, mas a Constituição diz que todos têm direito à moradia, saúde, educação. Maldita, teoria! Tão bonito citá-la, mas usá-la que é bom...
Votar é um direito, porém tenho o dever de fazê-lo. Cabe a cada cidadão procurar nessa obscuridade da política, um candidato decente ou menos corrupto, ou então, anular seu voto e ser imparcial às mazelas sociais, como se você fosse avulso a esse mundo e livre desses problemas.
A época de seriedade agora é substituída por piadas e candidatos sem preparo algum. O discurso político é tão banalizado que qualquer leigo pode se candidatar a qualquer cargo. Um não sabe o que um deputado faz e disso faz piada, outro oferece salário mínimo de mais de mil reais. A mulher fruta, que deveria ser apenas do funk, lança seu decote e tenta seduzir o eleitor, um partido é contra burguês (mas não vai abrir mão do salário milionário no final do mês) e o outro diz que vai lutar pelo turismo.
E a educação? Eles não citam a mudança na educação pública, sabe por quê? Quando uma criança tem uma educação de qualidade e torna-se um sujeito crítico, ela deixa de ser massa de manobra e vira um ser pensante, um cidadão capaz de votar consciente e não se vender por promessas infundadas. E isso é o mais temido!
Voto não é troca de favor. Não se pode vendê-lo por uma dentadura e nem pela comida a um real. Até porque você precisa do seu emprego para se autossustentar e não de esmolas. A esmola não muda sua situação social, ela apenas te ilude e adia o problema. Assim como Olimpíadas, Copa do Mundo...o país não fica mais rico, os empregos são temporários e os gastos são exorbitantes! O país ganha "status" e o povo apenas a alegria de ver os jogos em casa.
Eles precisam da ignorância do cidadão e precisam ainda mais que o mesmo se conforme com essa situação de que "o pobre deve sofrer e isso nunca vai mudar". Os alunos de escola pública precisam de muito mais que infraestrutura e largar a ideia de ir à escola apenas para fazer as refeições. O mais triste é saber que desde pequenos, eles vivem essa alienação e são moldados a permanecerem nela.
Poderia ficar horas discorrendo essa problemática, mas esse não é o foco. Ideias são sempre bem vindas e é importante analisá-las antes de entregar seu futuro àquele candidato que você só vai votar porque é bonito ou porque é amigo de seu pai. É possível sim começar uma mudança, mas só se muda a partir da base. O importante é ser esclarecido e não entrar no jogo que só um é que sai perdendo sempre: o cidadão!