terça-feira, 8 de junho de 2010

Estrangeiro do próprio país


Estranho esse sentimento patriota, sinto que não faz parte de nós, ou faz? Pode até fazer, todavia o verde e amarelo torna-se transparente e só é visível de quatro em quatro anos. Talvez por isso sejamos vistos como "bunda, samba e futebol". O esteriótipo mais que banalizado do brasileiro é acentuado com o estrangeirismo exacerbado...quase que uma hipocrisia camuflada pela pseudocultura que traz o interesse pelo estrangeiro. Não conhecer Chico ou Tom Jobim e avaliá-los como "música de velho" é normal aos olhos de uma sociedade alienada, porém saber todos os hits internacionais e cantá-los com seu inglês fluente é o que "tá na moda". Quem sabe você não tenha o inglês fluente, mas mesmo assim reproduz o que ouve, mesmo que não o entenda.
Aquele que condena o funk por suas letras imorais é o mesmo que canta "Candy Shop" e sente-se culto por reproduzir palavras imorais e ser contraditório. Mas está em inglês, né? Ah, estimada Globalização! Não a condeno. Aceito esse troca-troca de cultura, até porque o que seria da Bossa Nova sem o Jazz? Uma cultura se enriquece a partir de outras, mas perde o valor quando é substituída e massacrada por alguma hegemônica. Nosso país não precisa do nosso ufanismo e nem de cidadãos como Policarpo Quaresma...valorizar a cultura brasileira não é impor o funk como música culta e saber sambar, entretanto estudar o legado que nos foi deixado e não subestimá-lo. Aqui não há só bunda, samba e futebol mas é isso que você passa a eles quando desvaloriza sua própria cultura e torna-se brasileiro apenas porque seu país tem a melhor seleção de futebol.
Valorizem-se para que sejamos valorizados!